Juntos iremos debater as coisas que realmente interessam à sociedade portuguesa, tais como a reprodução das avestruzes ou a rota migratória das esferográficas BIC

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Hard Streets a pérola cinéfila dos anos 70




Quem me conhece sabe que sou um cinéfilo. Gosto de todo o tipo de filmes e géneros. Do terror dos filmes de Manoel de oliveira (sim porque só a ideia de ter de ver um filme dele me assusta) às grandes produções de Hollywood, Bollyood e Hardwood, esta ultima uma industria pornográfica em grande expansão cujas actrizes são pessoas muito dedicadas, sem medos de dar o corpo ao manifesto na arte de fazer filmes e onde sobem a pulso na escadaria do sucesso.

Mas para mim os filmes deveriam ser divididos em apenas 3 categorias.

1-Os bons

2- Os maus

3- E os filmes de Steven Seagal, que são tão maus que chegam a ser bons.


O filme que vos trago hoje é uma superprodução dos anos 70, como é visível pela penugem facial e pela camisa aberta que o protagonista ostenta. Esta pérola cinéfila para mim tem de ser inserida na terceira categoria, a de filmes do Steven Seagal (com a excepção em que ele não aparece) porque este filme é tão mau que chega a ser bom, muito bom…

A história conta o desenrolar de uma transacção que deu para o torto com o protagonista Sammy (que mais parece o tio de Gunhter figura essa já visada neste ilustre blog) a entregar uma mala cheia de roupa interior suja a Rico, roupa interior essa que como puderam ver no filme tem um papel importantíssimo, aliás na cena de maior erotismo não podia faltar a dita roupa suja e também bananas, mais uma vez as parecenças com Gunhter, aliás tenho em crer que foi este o filme da sua infância… ou não.


O certo era que Hard streets estava muito a frente do seu tempo não falo só das perseguições fantásticas, ou da acção desmesurada que pauta esta película, mas também do romance, nos diálogos cheios de carisma e das expressões faciais dos actores.

Por falar em perseguições fantásticas nada melhor que recordar o inicio do filme com Sammy a revelar todo o seu engenho para fugir aos capangas que o assolavam, engenho esse que o levou a utilizar um espelho que reflectisse a luz do sol para ofuscar os opressores, tal não era a potência que até os que estavam de óculos escuros sentiram a ira do sol, bravo…

E que dizer do senhor que vinha do ténis? Que convenientemente vinha com duas bolas na mão (não pensem coisas porcas se faz favor) e fez tropeçar Rico de uma forma tão credível que até eu senti a dor.


Melhor talvez só o senhor que transportava as caixas, se bem que há que se dar o devido valor a uma pessoa que consegue empilhar 3 caixas em 2 segundos e fazer com que elas embatam sempre nos maus, haja profissionalismo… e miopia aguda da parte dos opressores que não vêm 3 caixas gigantescas á frente, e ainda não tinham sido ofuscados pelo sol fora se tivessem…

Para mim a melhor parte foi aquela em que Sammy consegue iludir os vilões misturando-se com a parede, claro que o facto de a parede ser branca e ele estar a vestir uma camisa vermelha não deve ter sido fácil de camuflar mas vindo deste fantástico actor não duvido nem por um segundo que seja possível.


A segunda parte ficou pautada pela introdução de mais duas personagens, as vilãs que com o seu aspecto de prostitutas na reforma incutem medo e horror a tudo e todos. De salientar também a notável coreografia da luta que se seguiu, desde o pormenor de rico ter dentro das calças um taco de golfe (dizem as más línguas que era para compensar alguma coisa) até ao facto de que até a levar uma tareia um verdadeiro homem tem tempo para ajeitar os óculos.


A segunda parte também nos deu a conhecer a excelente visão do realizador ao introduzir flashbacks, notável elemento para que a personagem de Rico fugisse do cão ventrículo, sim porque apesar de se ouvir latidos não se vê nenhuma expressão do cão que indicasse tal coisa, mas mais uma vez até nos actores caninos a escolha de casting foi coerente.


Nessa cena destaco ainda o facto de Rico no flashback ter posto o biscoito no bolso direito e volvido o flashback ele saca o dito biscoito do bolso esquerdo, genial director fotográfico que segundo fontes muito pouco credíveis era também o senhor do catering e generoso dador e toda a roupa interior utilizada para efeitos cinéfilos, mas isso não posso precisar com certeza, fica a dúvida no ar…


Ui o terceiro capitulo também ele espectacular, de salientar mais uma vez as capacidades de actor de Sammy que consegue iludir e escapar às opressoras de uma forma que muitos consideravam patética… e sim também eu o considero, é muito estúpida mesmo, mas nem por isso deixa de ser espectacular.


Mas tudo isso leva a um clímax que preenche todo este terceiro capitulo, a perseguição de patins. Como raio um par de patins se transformou em dois? isso é um mistério, mas também já tinha visto um homem a tirar um taco de golfe no meio das calças portanto nas ruas difíceis de Hard streets tudo é possível.


Só não foi possível foi às actrizes andar mais rápido nos patins, deixando a impressão que se corressem (e no caso da gorda se andasse) até iriam a uma maior velocidade, mas a metade do orçamento do filme que tinham gasto nos patins tinha que ser de alguma forma utilizada, por isso é compreensível a meu ver todo o dramatismo que esta cena criou.


O quarto capitulo para mim é aquele a par do primeiro que contem mais pérolas cinéfilas, a começar pela fantástica festa onde não faltava nada. Nem a farinha a fazer de droga, nem o barbam profissional que não deixava sequer cair uma gota de bebida mesmo estando a dançar com a bandeja, às más-línguas disseram logo que o copo estava claramente colado, mas para mim um barman que serve bebidas de óculos escuros e camisa amarela só pode ser um verdadeiro profissional… ou um idiota chapado, mas tratando-se do filme em questão, não duvido que só pode ser a primeira hipótese tal

não é o rigor e o empenho de toda a equipa.


De notar também a visão técnica mais uma vez do realizador ao introduzir novamente flashbacks, pena foi que se tenha esquecido de dizer aos actores para mudar de roupa, dando a impressão que os acontecimentos que o flashback retratava se tinham passado umas horas antes, ou então que os protagonistas não tinham mais roupa no armário. Se fosse a segunda hipótese só posso concluir que aquela camisa vermelha não devia emanar um cheiro muito bom visto que Sammy para além de não a lavar muitas vezes, ainda passa o filme quase todo a correr.


Um dos melhores momentos foi sem duvida o soco que uma das vilãs dá no Barman (ali se pôde ver toda a escola de representação que aquele actor tinha) o efeito retardador do soco e a maneira como ele caiu para mim foi digna de Óscar, não a estatueta mas um homem bem peludo chamado Óscar que o sodomizasse por ter sido tão mau, mas isso é apenas a minha opinião…


Talvez com medo que tanto talento se perdesse numa cena mais arriscada o director achou por bem substituir o barman por um boneco na cena onde Sammy o devia atirar contra as vilãs. Devo ser sincero, para mim o boneco conseguiu ser melhor que o barman e apesar do nervosismo que ele aparentava (até deixou cair a peruca e tudo) há que dar valor àquele monte de esferovite por ter conseguido ter a melhor actuação do filme em termos técnicos.


E assim acabou Hard streets (pelo menos no youtube) deixando um suspense e uma tensão de cortar à faca. O que aconteceu a Sammy e a Rico? Com certeza que serão duvidas que me irão tirar o sono durante muitos e muitos dias. Se alguém tiver informações do paradeiro da quinta parte por favor comente neste ilustre espaço, vamos todos fazer de Hard streets um filme de culto… mesmo que seja um culto satânico que use meninas virgens para sacrificar, um culto é um culto, e nos dias que correm não podemos ser esquisitos.


Sem comentários:

Enviar um comentário

Follow Us @soratemplates